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quarta-feira, maio 16, 2007

PROGRAMAS CULTURAIS

Uma semana bastante cultural, ativa e atípica essa. Ontem, o melhor de todos os shows: Chico Buarque - Carioca. Ingresso: R$ 150. Se emocionar ouvindo essa e o povo cantando essa música, não tem preço! No próximo sábado, a Graforréia Xilarmônia aterrisa aqui, no Gate's Pub, em mais uma noite do Senhor F. Ah, Senhor F, nosso salvador! O único produtor cultural que se preocupa com os gaúchos nesse planalto central. E, para fechar, no domingo vou enfrentar Os Demônios junto com Renato, Marcelo e Vivi, no CCBB. É, não posso me queixar.

segunda-feira, maio 07, 2007

A LUZ BATE E NÃO VOLTA

Poema de Fabrício Carpinejar

Não se entende uma cidade enxergando.
Não se entende uma cidade ouvindo.
Não se entende uma cidade decorando os números e as letras.
Não se entende uma cidade atravessando sua cintura de filhos.
Não se entende uma cidade dividindo suas estrelas entre o Norte e o Sul.
Não se entende uma cidade, partindo ao meio os cabelos das estradas.

Não se entende uma cidade dormindo nela, dormindo com ela.
Não se entende uma cidade caminhando e anotando as bainhas de suas calças.
Não se entende uma cidade com agulhas, moedas, lápis.

Uma cidade não se entende se não estivermos com ela até depois da morte.
Até enjoar da morte.
Até que o fim altere o nascimento.

Explicam-me Brasília, como se ela fosse uma máquina.
Como se fosse o próprio mapa.
Brasília não é para funcionar.
É para delirar.

Brasília não é uma cidade pronta, uma cidade armada.
Lamento dizer: Brasília não acabou.
Candangos, voltem às obras!

Não é o desenho de um único homem, uma pista de pouso, as ruas largas., um emprego.
Um busto, uma catedral, o planalto.
Brasília não é caligrafia, por mais que se escreva entre as linhas.

Brasília não é objetiva, concreta,
por mais que se mostre inteira.

Brasília não é a falta de umidade.
Um aquário de ostras.
Um quarto de solteiro.
Os prédios não são boiadeiros.
Os prédios são prédios somente, fingindo escavar o céu.

Brasília não é dormitório.
Não é para fazer a vida, ganhar dinheiro.
É a cauda de um piano, um peixe andando a cavalo.
Brasília é uma criança sentada na pedra, chateada porque a terra vermelha não brinca.
A terra vermelha suja, mas não brinca.
A terra vermelha logo vai com o vento caçar passarinho.

Tente moldar a terra vermelha, ela escapa. Nem molhada, se acalma.
A terra vermelha é uma árvore voando.

Brasília é ruiva.
Brasília tem sardas.
Brasília tem medo de dormir sozinha.

Candangos, não são vocês que devem se adaptar à cidade.
Quem disse isso?
Brasília não está concluída.
É a cidade que precisa se adaptar a vocês.

Brasília está cansada de ser real.
Cansada de ser resumida, reduzida a um sopro de luz.
Brasília está cansada de ser real.
Não desistam de imaginá-la, candangos.

TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO

Está ficando cada vez mais difícil atualizar o blógui. Eu realmente estou trabalhando demais e o reflexo já pode ser sentido em uma tendinite sistêmica e em uma dor na coluna que me impediu de ir na aula de espanhol no sábado. Mas eu sei que um dia serei recompensada!

Nos dias 3, 4 e 5 teve a Feira da Música Independente no Teatro Nacional. É legal ter alguma atividade cultural na cidade de vez em quando. Pena que nesse ano, ao contrário do 1º, os ingressos para os shows não foram de graça. Para assistir qualquer um era necessário comprar um CD ou DVD à venda na feira. Achamos um do Júpiter e esse foi nosso carimbo de entrada para os shows da Kátia B, uma carioca de linda voz mas um pouco entediante, e do Raízes Coco de Arcoverde, um daqueles grupos folclóricos bem pernambucanos e bem animados.

Por falar em Pernambuco, preciso voltar lá ainda esse ano!

Bom, no mais, ocorreram uns shows na Arena Petrobrás. A melhor novidade dessa edição da Feira, na minha humilde opinião. Vi o Marmelo Sound Sistem, o Záfrica Brasil e o Casuarina, que já conhecia da Lapa. Aliás, já conhecia todos. O melhor é mesmo esse último. Os caras fazem samba de responsa.

Com isso descobri que samba é, sem mais dúvidas, o meu ritmo preferido. Mas falo daqueles sambas de raiz, de bamba, samba esquema noise. Produto fino, prata da casa.

Agora, o grande show do mês será mesmo o do Chico Buarque. Já garanti o meu ingresso. O mais caro que já paguei em toda a minha vida! Mas pra ver o Chico, vale qualquer sacrifício. Há mais de 8 anos que ele não vinha à Brasília e quem gosta sabe que a chance não pode ser desperdiçada. Quando eu vou ver o Chico de novo?

Aguardo ansiosamente. Será no dia 15, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
 
   
   
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